O Perdão e a Esperança Escatológica: Colossenses 3, o Ensino de Jesus e as Setenta Semanas de Daniel

Por que falar sobre perdão?

O perdão é uma das maiores dificuldades humanas — e também uma das marcas mais poderosas da vida cristã. Mas será que o perdão tem relação com a eternidade? Estariam Jesus e o profeta Daniel apontando para a mesma esperança ao utilizarem a expressão “setenta vezes sete”?

O novo homem e o perdão em Cristo

O apóstolo Paulo ensina que viver em Cristo é ser constantemente transformado:

Colossenses 3:10,13
“E vos revestistes do novo homem, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; […] suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outrem; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.”

Duas marcas definem o novo homem em Cristo:

• Renovação constante segundo a imagem de Jesus.
• Perdão como reflexo da obra redentora.

O ato de perdoar, portanto, não é uma opção, mas uma evidência da vida regenerada.

O ensino de Jesus: perdão sem limites

Pedro tentou quantificar :

Mateus 18:21-22
“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?
Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.”

Esse número não é literal (490), mas simbólico, apontando que o perdão deve ser ilimitado, abundante e constante mas, também faz uma referência a profecia da 70 semanas de Daniel capítulo 9

Além disso, há um eco escatológico: o perdão deve ser vivido até a volta de Cristo, pois na eternidade não haverá mais ofensa nem necessidade de reconciliação.

1 Coríntios 15:51-53 e Filipenses 3:20-21 confirmam essa esperança: na consumação, seremos transformados, incorruptíveis, participantes plenos da glória eterna.

O eco escatológico em Daniel 9

A expressão “setenta semanas” aparece na visão profética de Daniel:

Daniel 9:24
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.”

Enquanto em Daniel o 70×7 aponta para o tempo perfeito da redenção e da justiça eterna em Israel, em Jesus o mesmo número significa um perdão sem limites, evidência de que já participamos da reconciliação em Cristo.

Assim, a conexão é clara: Daniel anuncia o tempo da redenção futura, e Jesus demonstra que essa redenção já está em operação na vida do discípulo através do perdão.

O perdão como reflexo do caráter de Deus

Jesus afirmou de forma direta e contundente:

Mateus 6:15
“Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.”

O perdão é indispensável para quem vive o Evangelho. Quando eu não perdoo o fluxo da graça é interrompido.

Aplicações práticas do perdão

• Perdoar é viver a esperança escatológica: cada ato de perdão anuncia que a reconciliação já chegou em Cristo.
• Perdoar é imitar a cruz:
  Efésios 4:32 – “Perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”
• Perdoar é participar do plano eterno de Deus: o que Daniel profetizou como futuro, nós já vivemos na obra consumada de Cristo.

Colossenses 2:13-14 e Hebreus 9:26-28 revelam que o perdão está enraizado na cruz, mas também aponta para a consumação escatológica, quando Cristo voltará para salvar definitivamente os que o aguardam.

Conclusão inspiradora

O chamado de Colossenses 3 é claro: viver como novo homem em Cristo, marcado pelo caráter de Deus

.
Jesus amplia essa visão mostrando que perdoar setenta vezes sete é viver uma vida de reconciliação ilimitada.
Daniel 9 confirma esse número como símbolo da redenção e da justiça eterna.

Assim, cada vez que você perdoa, está profetizando com sua própria vida:

• que já participa do Reino de Deus;
• que imita o caráter de Cristo;
• que aguarda a plenitude da justiça eterna na consumação dos séculos.

leia o Artigo: O Arrebatamento antes da Grande Tribulação.

Indicação literária: O Arrebatamento.