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O Dízimo no Novo Testamento Parte 1

O Dízimo no Novo Testamento Parte 1

O Dízimo no Novo Testamento à Luz de Hebreus 7: Melquisedeque, Cristo e a Nova Aliança

Introdução

O dízimo no Novo Testamento é um tema que gera debates entre estudiosos e cristãos. Muitos se perguntam: o dízimo ainda é obrigatório para os crentes da nova aliança? A carta aos Hebreus 7 nos dá uma chave preciosa para entender o assunto, relacionando a prática do dízimo com Abraão, Melquisedeque e o sacerdócio eterno de Cristo.

Neste estudo, veremos como Hebreus 7 apresenta o dízimo não como imposição legal, mas como um ato de fé, honra e adoração.


1. O Contexto Bíblico de Hebreus 7

Hebreus 7 relembra o episódio de Gênesis 14, quando Abraão, após vencer reis inimigos e resgatar seu sobrinho Ló, encontra Melquisedeque, “rei de Salém” e “sacerdote do Deus Altíssimo”.

O texto diz que Abraão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque (Hb 7:2).

O autor da carta aos Hebreus mostra que:

  • Melquisedeque abençoou Abraão (Hb 7:1, 6-7).
  • Abraão, patriarca de Israel, reconheceu sua autoridade espiritual ao entregar o dízimo (Hb 7:4).
  • Isso demonstra que o sacerdócio de Melquisedeque era superior ao sacerdócio levítico.

2. Melquisedeque e Cristo – Paralelos Espirituais

Hebreus 7 apresenta Melquisedeque como figura profética de Cristo:

  • Sem genealogia registrada – seu sacerdócio não dependia de linhagem (Hb 7:3).
  • Sem pai e mãe (no registro bíblico) – simboliza um sacerdócio eterno e independente.
  • Sem princípio nem fim – aponta para o sacerdócio eterno de Cristo, que “vive para sempre” (Hb 7:24).
  • Sacerdote e rei – Melquisedeque era rei de Salém (paz) e sacerdote do Altíssimo, assim como Jesus é Rei dos reis e Sumo Sacerdote eterno.

Esses paralelos mostram que o sacerdócio de Cristo é perfeito, eterno e superior ao sacerdócio da Lei.


3. O Significado do Dízimo em Hebreus 7

Dízimo

Aqui, o dízimo não aparece como mandamento mosaico, mas como um ato espontâneo de Abraão:

  • Ocorreu antes da Lei de Moisés.
  • Foi feito voluntariamente, como reconhecimento da grandeza de Deus.
  • Representou honra e gratidão, não obrigação legal.

Hebreus 7:8 reforça essa visão:

“Aqui, recebem dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.”

Assim como Abraão reconheceu a autoridade de Melquisedeque, hoje nossas ofertas são entregues espiritualmente a Cristo, que vive para sempre.


4. O Dízimo e o Sacerdócio de Cristo

O ponto central de Hebreus 7 é que o sacerdócio levítico foi substituído pelo sacerdócio perfeito de Cristo:

  • O sistema da Lei (incluindo sua forma legalista de recolher dízimos) foi superado em Cristo (Hb 7:11-17).
  • O princípio do dízimo, porém, permanece como expressão de honra e adoração ao Senhor.
  • Hoje, Cristo é o receptor espiritual das nossas ofertas.

5. Aplicação Prática para o Cristão

À luz de Hebreus 7, podemos afirmar:

  • O dízimo não é uma obrigação legalista no Novo Testamento.
  • A prática de Abraão mostra que dar ao Senhor é um ato de fé e reverência.
  • O foco não está na porcentagem, mas em quem recebe: Cristo, nosso Sumo Sacerdote.
  • O crente é chamado a adorar com generosidade, consagrando ao Senhor não só recursos, mas também tempo e vida.

Conclusão

Hebreus 7 ensina que a primícia no Novo Testamento não é uma taxa religiosa ou um dever legal. Ele é, antes, um princípio espiritual de honra, primícia, gratidão e adoração a Cristo, nosso Sumo Sacerdote eterno.

Assim como Abraão reconheceu a grandeza de Melquisedeque, hoje reconhecemos a supremacia de Jesus ofertando com alegria e fé.

Os dez por cento, portanto, deve ser entendido não como peso, mas como expressão de amor e devoção ao Senhor da nova aliança.


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9 comentários sobre “O Dízimo no Novo Testamento Parte 1

  1. Muita pessoas precisam ler este artigo! Os dízimos e ofertas foram banalizados no século 21. Bem esclarecedor o trabalho acima.

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