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Última Ceia e as Festas Proféticas parte 1

Última Ceia e as Festas Proféticas parte 1

A Última Ceia e as Festas Proféticas: O Significado da Ceia do Senhor

Em Lucas 22:1-23 encontramos um dos momentos mais marcantes do ministério terreno de Jesus: a instituição da Ceia do Senhor. Pouco antes de sua morte sacrificial, Cristo expressa o profundo desejo de cear com seus discípulos.

“E disse-lhes: Desejei ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento.” (Lucas 22:15)

Este ato não foi apenas um jantar comum, mas o cumprimento de uma das sete festas do Senhor descritas em Levítico 23, que apontam diretamente para o plano redentor de Deus em Cristo.

Assim, a Ceia do Senhor não deve ser vista como um simples rito religioso, mas como a síntese do plano de salvação, prefigurado desde o Antigo Testamento e consumado em Jesus.


As Sete Festas do Senhor em Levítico 23

Deus instituiu sete festas para Israel, as quais também são sombras proféticas da obra de Cristo:

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras; mas o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2:16-17)

1. Páscoa (Levítico 23:5)

“No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa do Senhor.” (Levítico 23:5)

  • Cumprimento em Cristo:

“No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29)
“Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Coríntios 5:7)

Assim como Israel foi poupado no Egito pelo sangue do cordeiro (Êxodo 12:13), nós somos salvos da condenação eterna pelo sangue de Jesus.


2. Pães Asmos (Levítico 23:6-8)

“E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos.” (Levítico 23:6)

  • Cumprimento em Cristo: Ele viveu sem pecado (Hebreus 4:15).

“Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hebreus 4:15)

  • Aplicação para a Igreja:

“Celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.” (1 Coríntios 5:8)


3. Primícias (Levítico 23:9-14)

“Quando houverdes entrado na terra que vos hei de dar, e fizerdes a sua sega, então trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote.” (Levítico 23:10)

  • Cumprimento em Cristo:

“Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Coríntios 15:20)
“Porque eu vivo, e vós vivereis.” (João 14:19)

Assim como o primeiro feixe garantia a colheita, a ressurreição de Jesus garante a nossa.


4. Pentecostes – Festa das Semanas (Levítico 23:15-22)

“E contar-vos-eis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão.” (Levítico 23:15)

  • Cumprimento em Cristo: o derramamento do Espírito Santo em Atos 2.

“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (Atos 2:1,4)
“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.” (Atos 2:41)


5. Festa das Trombetas (Levítico 23:23-25)

“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memorial com sonido de trombetas, santa convocação.” (Levítico 23:24)

  • Cumprimento futuro:

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (1 Tessalonicenses 4:16-17)
“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Coríntios 15:52)


6. Dia da Expiação (Levítico 23:26-32)

“E aos dez dias deste sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas, e oferecereis oferta queimada ao Senhor.” (Levítico 23:27)

  • Cumprimento em Cristo:

“Cristo, porém, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” (Hebreus 9:11-12)


7. Festa dos Tabernáculos (Levítico 23:33-44)

“Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias.” (Levítico 23:34)

  • Cumprimento futuro:

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” (Apocalipse 21:3)

Essa festa aponta para a comunhão eterna com Deus.


A Última Ceia do Senhor à Luz das Festas

Na noite em que foi traído, Jesus celebrou a Ceia com os discípulos, justamente durante a Páscoa.

“Semelhantemente tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado por vós.” (Lucas 22:20)

O pão e o vinho usados na ceia, passaram a ser símbolos da nova aliança, representando a morte de Cristo e a nossa comunhão com Ele.


“Fazei Isto em Memória de Mim” – O Chamado de Jesus

“E, tomando o pão, e, havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” (Lucas 22:19)

Cada vez que participamos da Ceia, devemos olhar em três direções:

  1. Para trás – lembrando Seu sacrifício: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5)
  2. Para dentro – examinando nosso coração: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” (1 Coríntios 11:28)
  3. Para frente – aguardando Sua volta: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Coríntios 11:26)

Conclusão

A Ceia do Senhor é muito mais do que um simples rito cristão. É a lembrança viva do sacrifício de Cristo, a renovação do nosso compromisso de santidade e a esperança da Sua volta.

“Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.” (Apocalipse 19:9)

Participemos da Ceia com reverência, gratidão e fé, lembrando que cada celebração aponta para o grande dia em que estaremos com Cristo no banquete eterno.

indicaçao literária: O Templo: Sacerdócio e Serviço.

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